O cabelo sempre foi de grande importância para o homem, sendo nos primórdios vital na proteção contra o sol e intempéries do ambiente. Hoje, porém, ele é mais do que uma proteção, sendo considerado um adorno tanto feminino quanto masculino e sua saúde e desenvolvimento normais proporcionam bem estar e elevação da auto-estima nas pessoas.
Como qualquer parte do organismo o cabelo está sujeito a alterações no seu crescimento e desenvolvimento. Problemas fisiológicos ou de origem emocional associados ao fator genético podem causar a queda ou retardo no seu crescimento normal. Por isso é necessário o diagnóstico mais detalhado, para que sejam administradas as substâncias corretas de um tratamento eficaz.
Um dos tipos mais comuns de queda capilar observado no homem e na mulher é o eflúvio telógeno, que consiste num tipo de queda reversível mas que requer cuidados dermatológicos.
O eflúvio telógeno é uma causa muito comum de alopecia difusa, que consiste na queda de fios em várias regiões do couro cabeludo, o que resulta na diminuição da densidade capilar. O problema é causado pela entrada precoce dos fios de cabelo na fase telógena, que consiste na fase de repouso e queda, causando uma perda acentuada e muitas vezes repentina de muitos fios de uma cabeleira.
Suas causas podem ser as mais diversas tais como: Estresse, medicamentos, doenças sistêmicas, febres, etc.
A alopecia difusa deve ser distinguida de outros tipos de queda como a causada pela alopecia areata ou calvície androgenética que tem causas hormonais e genéticas.
O eflúvio telógeno resulta de um desequilíbrio nas fases de crescimento dos cabelos. No couro cabeludo normal a densidade e o volume da cabeleira se mantem estáveis com perda diária de cerca de 100 fios, sendo que 85% dos cabelos estão em fase anágena que consiste na fase de crescimento, e os outros 15% se encontram em fase catágena e telógena onde ocorrem o repouso e queda do fio.
Quando ocorre algum evento fisiológico que afeta o organismo, o equilíbrio das fases de crescimento pode ser alterado, causando uma queda difusa de fios por toda extensão do couro cabeludo. Em torno de 3 meses após o evento desencadeador, que faz com que vários folículos entrem simultaneamente em fase de queda, sendo que a porcentagem pode chegar a 35%.
Em 1961, Kligman descreveu o efluvio telógeno como sendo a queda de cabelos seguida de doença sistêmica crônica, ocorrência de stress, partos, febres ou ação de medicamentos como a heparina.
O efluvio telógeno pode ser dividido em cinco tipos:
Liberação anágena imediata: Consiste na entrada prematura dos fios anágenos na fase telógena devido a stress fisiológico como febre alta.
Liberação anágena retardada: A fase anágena é prolongada e a queda ocorre quando estes cabelos entram simultaneamente na fase telógena como se observa no pós parto.
Ciclo anágeno curto: Neste caso observa-se um eflúvio telógeno leve ,mas que persiste.
Liberação telógena imediata: Encurtamento da fase telógena pelo uso de medicamentos.
Liberação telógena retardada: É considerada a causa de queda sazonal que acontece em alguns pacientes.
O Eflúvio telógeno pode ser dividido em dois grupos principais, o fisiológico e o causado por estresse.
O tipo fisiológico é aquele observado nos recém- nascidos e no pós- parto, devido ao aumento dos hormônios estrógenos circulantes produzidos na plascenta. Esse aumento faz com que a fase anágena dos fios se prolongue não entrando na fase catágena e telógena como deveriam em estado natural.
Com o parto, cessa o estimulo causado pelos hormônios e então uma grande parte de folículos entram em fase catágena e em seguida na fase telógena, caracterizando a queda pós–parto que pode perdurar até 6 meses, não causando no entanto calvície definitiva, já que os fios perdidos tornarão a crescer em alguns meses.
O tipo causado por estresse é observado em casos de cirurgias, infecções, febre alta, anestesias, regimes de emagrecimento, deficiências protéicas e de ferrro ou ainda em alguns medicamentos.
Diagnóstico e tratamento: Primeiramente deve-se avaliar o histórico do paciente, sobre doenças, uso de medicamentos, dietas muito rígidas, cirurgias ou estresse. Então após esse procedimento vários métodos podem ser utilizados para o diagnóstico do efluvio telógeno, podemos citar os mais comuns como a contagem dos cabelos perdidos diariamente que variam entre 100 e 200, o teste de tração que consiste em tracionar em torno de 25 a 50 fios de cabelo, sendo que no couro normal desprendem-se 2 hastes, enquanto no paciente acometido de eflúvio telogeno pode variar entre 10 e 15 fios.
O tricograma também é muito comum nesses casos e consiste em retirar um cm de pele do couro cabeludo com anestesia local e analisar os folículos presentes fazendo a contagem dos que apresentam fase telógena caracterizado pela cor escura.
A biópsia é utilizada para determinar se a queda pode ser androgenética ou areata, já que nestes casos o couro cabeludo apresenta grande parte dos folículos em fase telógena e muitos folículos miniaturizados, e no caso da alopecia areata ocorre a inflamação peribulbar característica. A queda aumenta logo após um fator desencadeante, embora em geral só seja percebida entre duas e quatro semanas mais tarde.
Nesse momento, mesmo que a causa seja removida ou tratada, a duração da queda se encontrará elevada para seis meses, pois o ciclo do cabelo já estará comprometido. Tratamentos eficientes produzem diminuição notável da queda em prazo de oito semanas. Entretanto, o novo crescimento com resultado estético aceitável pode levar um ano inteiro ou mais, dependendo do estilo de penteado.
Eflúvio Telógeno agudo por drogas, eventos fisiológicos e alterações sazonais é geralmente autolimitado e não requer tratamento. O eflúvio pós-parto também é autolimitado, embora haja dúvidas se o crescimento inevitável do cabelos retorna ao normal depois desse evento. Medicamentos suspeitos devem ser interrompidos ou trocados, se possível. Para os pacientes com alopecia autolimitada, os médicos devem fornecer apoio psicológico auxiliando a limitar a ansiedade sobre a calvície, bem como instrução sobre o ciclo do cabelo. A duração da queda aguda varia, geralmente, de dois a seis meses e é seguida de recuperação completa, sem necessidade de intervenção.