A preocupação com o uso indiscriminado de formol nos salões de beleza é uma das preocupações constantes dos profissionais da Escola Bom Pastor. Por isso, campanhas educativas alertando para as consequências do uso do produto fazem parte do cotidiano dos alunos: “no salão é feito um trabalho de conscientização durante as aulas teóricas e práticas. Muitos profissionais utilizam o formol para fazer alisamento, sem saber dos perigos para própria saúde e da cliente”, explica Marina Guide, sócia-proprietária das escolas.
O formol é um composto líquido claro, que se apresenta sob a forma de uma solução de formaldeído a 37%. Ele pode ser usado como conservante em produtos de higiene pessoal e cosméticos, pois evita contaminações. A concentração máxima permitida é de 0,1% em produtos de higiene oral e de 0,2% para outros produtos cosméticos.
Quando em contato com a pele, o formol pode causar irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo, além de queda do cabelo. Em contato com os olhos, causa ardência, irritação e lacrimejamento. A inalação do formol pode causar ardência, coriza, coceira, falta de ar, tosse e dor de cabeça.
Ainda existem efeitos a longo prazo: boca amarga, dores de barriga, enjôos, vômitos, desmaios, feridas na boca, nas narinas e nos olhos. Além disso, o uso do formol fora das especificações da Anvisa pode causar câncer na boca, nas narinas, pulmões, traquéia, etc.
O uso do formol no alisamento capilar (escova progressiva) é indevido, pois essa técnica além de utilizar quantidades inadequadas, faz uso da prancha, que provoca a liberação dos vapores do formol, responsáveis pelos efeitos indesejados já descritos. Essa prática pode ocasionar riscos aos profissionais e aos clientes.